RESULTADOS E TRAJETÓRIA
2016: O INÍCIO
A Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal foi assinada por mais de 100 países em 2016, em Kigali, capital de Ruanda. A Emenda tem como objetivo a redução e a progressiva eliminação dos hidrofluorcarbonos (HFCs), gases que possuem elevado potencial de aquecimento global e estão presentes como fluido refrigerante em aparelhos como condicionadores de ar e refrigeradores.
Nesse mesmo ano, a ONG Uma Gota no Oceano, em projeto desenvolvido para o Institute for Governance & Sustainable Development (IGSD), realizou uma campanha estratégica de comunicação com o objetivo de aumentar o conhecimento dos brasileiros sobre o Protocolo de Montreal e a Emenda de Kigali. A ação também tinha como meta fazer com que o Brasil assumisse um papel de liderança nas negociações sobre a Emenda. A organização criou, também em 2016, um grupo com líderes climáticos do Brasil para a troca de informações e apoio.





2017: O PROJETO KIGALI
Comunicação para os consumidores
Em maio de 2017, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também iniciou sua participação no tema com projeto, em parceria com a ONG mexicana El Poder, em uma iniciativa sobre eficiência do setor de refrigeração relacionada ao uso de tecnologias apropriadas para sistemas de ar condicionado e emissões e mudanças climáticas. Em julho de 2017, o Idec propôs ao iCS, diante do início do Projeto Kigali, disseminar informações e sensibilizar os consumidores e a opinião pública em relação ao tema dos HFCs em ares-condicionados, do Protocolo de Montreal e da Emenda de Kigali. Esse trabalho feito pelo Idec, com comunicações em redes sociais e ações na Black Friday, prosseguiu em 2018. A charge a seguir foi feita pelo Idec e divulgada na Black Friday de 2017:


2018
Em 2018 também aconteceu o início da construção de um acordo de cooperação entre o Procel/Eletrobras e o iCS para a elaboração de estudos relacionados à eficiência energética do setor de refrigeração.
Em agosto de 2018, este site entrou no ar, mostrando o Projeto Kigali e seus temas de trabalho, com foco nos aparelhos de ar condicionado.
Emenda de Kigali
Um dos deputados consultados, Cesar Souza (PSD-SC), foi o relator da primeira proposta legislativa que continha o texto da Emenda de Kigali, a MSC 308/2018. O esforço de advocacy do Idec nesse ano foi feito para que, antes que se encerrasse a legislatura, o projeto passasse ao menos pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Para isso, foram utilizados recursos como os fact sheets (fichas técnicas) para informar os deputados sobre a Emenda – aqui você acessa o primeiro deles produzido pelo Idec em 2018. Em paralelo, a ONG Uma Gota no Oceano realizou o trabalho de comunicação sobre a Emenda de Kigali.
Em 28 de novembro, foi conquistada a primeira vitória, quando o parecer do deputado Cesar Souza foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. A Comissão se tornou a autora do Projeto de Decreto Legislativo, o PDC 1100/2018, apresentado no dia 29 de novembro, por meio do qual passou a transitar o texto da Emenda de Kigali na Câmara dos Deputados. Em 04 de dezembro, o parecer foi encaminhado para as Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, foi designado o deputado Alessandro Molon como relator, que fez um relatório favorável pela aprovação, mas que não chegou a ser votado na comissão.
Mais detalhes sobre o Projeto Kigali e a atuação da Rede Kigali nesse ano você encontra no Relatório Anual de 2018 (acesse aqui).
Em 2018, também foi desenvolvido um estudo de impacto regulatório em parceria com o Lawrence Berkeley National Laboratory (LBNL) que avaliou os potenciais impactos dos níveis mínimos de eficiência energética dos aparelhos de ar condicionado sobre o sistema elétrico, os custos finais ao consumidor, as emissões de gases de efeito estufa e os valores adicionais de investimento dos fabricantes. O estudo contou com o apoio da Mitsidi Projetos para a coleta de dados agregados do mercado de ar condicionado e do setor elétrico (confira aqui os principais dados).
A coleta de dados de ar condicionado foi realizada pela Mitsidi para apoiar o LBNL no desenvolvimento da análise de impacto regulatório para mudanças nos níveis de rotulagem de eficiência energética e envolveu pesquisa documental e entrevistas. O estudo de mercado concentrou-se em canais de distribuição e players (agentes), vendas anuais, quota de mercado dos aparelhos com nível de eficiência e nível de potência, especificações técnicas dos modelos de climatização, preço de varejo on-line, estoque de climatização e vida útil do equipamento. Os resultados indicaram a situação do mercado brasileiro, os desafios e a necessidade de revisar os níveis de rotulagem de eficiência energética dos ares-condicionados. O projeto foi realizado em colaboração com o Procel e o Inmetro e foi financiado e liderado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Também com o apoio do iCS, a CLASP realizou um estudo de viabilidade técnica e econômica para a criação de um mercado de compressores de alta eficiência para ar condicionado no Brasil. Com base em consultas aos atores do setor, como fabricantes e órgãos governamentais, o estudo, concluído em dezembro de 2018, realizou o diagnóstico do mercado de compressores e identificou questões relacionadas ao regime de incentivos da Zona Franca de Manaus, como obstáculos regulatórios e políticos ao avanço do mercado de compressores eficientes no Brasil (acesse aqui).
2019: Rede kigali
O Projeto Kigali passou a contar também, nesse ano, com o apoio técnico e científico na área de eficiência energética de conselheiros seniores – Suely Carvalho, Ruy de Goes, Gilberto Jannuzzi e Roberto Lamberts –, além de seguir com as parcerias internacionais com o Lawrence Berkeley National Laboratory (LBNL) e a Clasp e nacionais com a Mitsidi Projetos, a Universidade Federal do ABC (UFABC) e o Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica, Calibração e Ensaios (Labelo).
Focada nos objetivos do Projeto Kigali e com a diversidade de expertises de seus membros e apoiadores, a Rede Kigali produziu estudos e dados técnicos, que serviram de base para a revisão de regulações e políticas públicas de eficiência energética, além de campanhas de comunicação para orientar os consumidores e pressionar por ações na mídia.
Dados para os programas de rotulagem
Em 2019, a Rede Kigali foi o único ator que apresentou uma análise de impacto regulatório durante a consulta pública da proposta de revisão da etiquetagem do Inmetro para os condicionadores de ar. Essa análise apresentou os impactos da adoção de novos níveis de eficiência energética sob a perspectiva nacional, do consumidor e do fabricante. Estudos dentro do Projeto Kigali também foram realizados sobre métrica e método de ensaio sazonal. A Rede Kigali e os membros do Projeto Kigali desenvolveram análises para auxiliar na elaboração da proposta que foi submetida à consulta pública.
Com o apoio do iCS dentro do Projeto Kigali, o Lawrence Berkeley National Laboratory (LBNL) desenvolveu os elementos do método de ensaio do desempenho energético e o IEI Brasil realizou a análise de impacto regulatório para adoção de níveis mínimos mais rigorosos para a faixa A da etiqueta, além de consolidar a metodologia e os resultados. O estudo também contou com o apoio técnico do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE) e da Mitsidi Projetos. Acesse aqui a primeira versão do Estudo de Impacto Regulatório: diretrizes gerais e estudo de caso para condicionadores de ar tipo split system no Brasil, publicada em março de 2019. Ao longo do ano, o estudo foi atualizado com novos dados e ganhou uma nova versão divulgada em janeiro de 2020 (acesse aqui).
Também nesse ano, o LBNL, apoiado pela Rede Kigali, elaborou e apresentou uma análise de impacto regulatório para diferentes níveis mínimos de eficiência energética. O estudo de caso feito no Brasil, com o apoio técnico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avaliou a adoção de métricas sazonais de eficiência energética (acesse aqui o estudo, publicado em agosto de 2019). A atualização desses níveis seria realizada em 2020 pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
A Universidade Federal do ABC (UFABC) prestou apoio técnico ao processo de revisão da Lei 10.295/2001, conhecida como Lei de Eficiência Energética. A UFABC também colaborou com a elaboração dos estudos de análises de impactos regulatórios referentes ao processo de revisão de padrões mandatórios de eficiência energética para aparelhos de ar condicionado e de refrigeradores. A partir de metodologias desenvolvidas em um projeto Fapesp, foram gerados diversos cenários para contabilização de potenciais impactos energéticos, de redução e emissões e econômicos na perspectiva de consumidores e da sociedade.
A CLASP também publicou em 2019, dentro do Projeto Kigali, um relatório que avaliou os programas brasileiros de etiquetagem e os comparou com iniciativas semelhantes de outros países. A análise evidenciou a necessidade de revisão das políticas brasileiras. O estudo da CLASP sobre o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para condicionadores de ar recomendou uma revisão da política de rotulagem para impulsionar o mercado para maior eficiência (aqui você acessa o estudo). O objetivo do trabalho era apoiar a transição para equipamentos de ar condicionado de maior eficiência, aumentando a ambição política e removendo barreiras à introdução de tecnologia mais eficiente.
A Rede Kigali também contribuiu com a revisão do Selo Procel de Economia de Energia com uma avaliação comparada de selos de endosso de alguns países. Elaborado pela Mitsidi Projetos e pelo IEI Brasil, com o apoio do iCS dentro do Projeto Kigali, o estudo analisou os mecanismos de cinco países – Estados Unidos, Alemanha, Japão, México e China – e comparou ao Selo Procel, adotado no Brasil. O estudo foi concluído no final de 2019 e lançado em 2020 (acesse aqui). Essa ação fez parte de um suporte técnico prestado pelo Projeto Kigali ao Inmetro e ao Procel/Eletrobras realizado por meio de acordo de cooperação firmado entre essas instituições e o iCS. Também por meio desse acordo de cooperação, foi realizado um treinamento para uso da metodologia Policy Analysis Modeling System (PAMS) pelo LBNL, com a participação de representantes do Procel, Inmetro, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), IEI Brasil, UFSC e Mitsidi Projetos. O público do treinamento foi composto por gestores públicos e representantes da academia e da sociedade civil.
Também em 2019, o IEI Brasil, dentro do Projeto Kigali, publicou estudo que comparou a eficiência energética dos aparelhos de ar condicionado brasileiros com os equipamentos do Japão e da Coreia do Norte (acesse aqui). A pesquisa descreve os benefícios para o meio ambiente, a sociedade e os consumidores se os níveis médios de eficiência energética dos equipamentos brasileiros fossem os mesmos desses países.
Análises econômicas
O Instituto Escolhas, que realiza estudos na área de economia e meio ambiente, produziu, no âmbito do Projeto Kigali, estudos para mostrar a necessidade de o Brasil adotar medidas de eficiência energética e modernização tecnológica de aparelhos de uso amplamente disseminado nos lares da população e que respondem por um grande consumo de eletricidade, como é o caso das geladeiras e dos aparelhos de ar condicionado. As análises levantaram números sobre os ganhos, em termos financeiros para o país e para as pessoas, em um cenário como se já fosse possível a atualização desses produtos com padrões seguidos nos países desenvolvidos. Os estudos se conectaram ao processo de ratificação da Emenda Kigali, mostrando a defasagem tecnológica dos produtos no Brasil, que custam caro e consomem muita energia, além de indicar que os fabricantes desses aparelhos no país recebem generosos subsídios governamentais, sem que o produto que fabricam siga os padrões mundiais mais avançados. Os resultados desses estudos foram divulgados a partir de 2020.
A Rede Kigali, com o apoio técnico da CLASP, também apresentou em 2019 recomendações de flexibilização das regras de Processo Produtivo Básico (PPB) para o ar condicionado para contribuir com o diálogo entre os Ministérios de Minas e Energia e o da Economia sobre a integração entre a eficiência energética e as regras do regime tributário diferenciado da Zona Franca de Manaus. As recomendações do estudo foram no sentido de uma melhor integração das regras da Zona Franca de Manaus às demandas de eficiência energética no setor de ar condicionado. Acesse aqui o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica para um Mercado de Compressores de Alta Eficiência no Brasil, publicado em novembro de 2018.
Clube de Compras
A Mitsidi Projetos executou atividades para compras sustentáveis de aparelhos de ar condicionado para agências bancárias. O escopo do projeto incluiu a definição da estratégia de atuação e desenho do projeto junto ao iCS, pensando em escopo de atuação, perfil das agências, modelo de negócios para financiamento e estratégia de execução da troca de equipamentos, contemplando compras, instalação, comissionamento e descarte correto. Também foi feito o desenho do projeto a partir de um pré-diagnóstico energético e financeiro das agências bancárias para agrupamento em diferentes categorias, pensando na localização em função do clima, no nível de eficiência atual, no potencial de economia de energia e nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e no cálculo do custo-benefício e viabilidade financeira. A Mitsidi também realizou o mapeamento de descarte de ar-condicionado, contendo a identificação de empresas de coleta e descarte de equipamentos e fluído refrigerante, principalmente aparelhos splits com o fluido R22, e o mapeamento do processo de descarte de equipamentos (desde a solicitação, coleta do fluido, transporte, triagem de materiais e descarte final e seus custos), por meio de entrevistas.
Apoio ao CGIEE
Emenda de Kigali
Com o início da nova legislatura, o Idec e a Pulso Público iniciaram uma nova fase no trabalho de advocacy pela aprovação da Emenda de Kigali. Ainda sem saber quem seriam os membros das comissões e quem seria o novo relator do projeto com a mudança de legislatura (mas com indicações de que seria o PSB), o Idec realizou reuniões com lideranças do partido na Câmara. Alguns deputados desse partido pediram para que fosse requerida a relatoria ao presidente da comissão, o que foi feito pelos deputados Camilo Capiberibe na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Danilo Cabral na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, ambos do PSB. Após reuniões realizadas pelo Idec com os deputados, até julho de 2019, os relatórios haviam sido aprovados em ambas as comissões. A partir de então, faltava apenas colocar o projeto na ordem do dia na Câmara e ele ser votado e, para isso, era preciso que o projeto fosse colocado em pauta na reunião de líderes. O Idec retomou as reuniões com os líderes (PSB e minorias) e todos os líderes dos partidos, inclusive com a Secretaria Geral da Mesa.
A partir de setembro de 2019, o trabalho do Idec se intensificou, com a participação de um membro da equipe em trabalho presencial e diário no Congresso. Para sensibilizar os líderes da Câmara, foram realizadas diversas ações, como eventos e reuniões. Conversas foram realizadas com parlamentares de todos os partidos e associações de indústria e foi feita uma aproximação com o deputado Rodrigo Agostinho, então o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O ano também foi marcado pela primeira reunião presencial com diversas instituições para tratar do tema, realizada em fevereiro.
Eventos
Dentre os eventos realizados nesse ano, também estiveram uma conferência internacional para debater a etiquetagem de condicionadores de ar e a inter-relação entre as políticas de eficiência energética e a Zona Franca de Manaus, realizada em parceria com o Procel (acesse aqui os principais resultados da conferência Caminhos para a Eficiência Energética no Mercado Brasileiro de Ar Condicionado); e webinares, realizados em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), o LBNL e a EPE, para discutir análises feitas sobre o crescente impacto do ar-condicionado sobre os sistemas elétricos (acesse aqui as apresentações do webinário Usage of Air Conditioners in Brazil: perspectives and contributions to the advancement of energy efficiency).
Outras informações sobre o Projeto Kigali e a Rede Kigali para esse ano podem ser obtidos no Relatório Anual de 2019 (acesse aqui).

2020
O ano de 2020 também marcou a atuação do iCS no trabalho de fortalecimento das organizações da Rede Kigali para assumirem o protagonismo do Projeto Kigali e ampliarem o escopo de atuação. Nesse movimento, o IEI Brasil assumiu nesse ano a coordenação da atuação da Rede Kigali em relação aos refrigeradores, pela atualização das métricas de eficiência energética desses aparelhos no Brasil.
Análises econômicas
Clube de Compras
Rede Kigali


2021
Em 2021, o Projeto Kigali chegou ao fim com resultados que superaram as expectativas iniciais. A meta do projeto que previa o aumento de 8% na eficiência energética média dos ares-condicionados disponíveis no mercado brasileiro até 2022, em comparação com 2017, foi alcançada e excedida: 11,6%. O projeto também conquistou a revisão de políticas de eficiência energética como o Selo Procel e a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Isso elevou a eficiência energética dos critérios adotados acima dos esperados 30%: a fase 1 da nova etiqueta do Inmetro para os condicionadores de ar, por exemplo, aumentou em 64% a eficiência dos aparelhos e a fase 1 do novo Selo Procel em 79%; para a fase 1 do Selo Procel Ouro, o aumento chega a 126%.
Estudos e análises
Um apoio financeiro foi concedido pela CLASP ao iCS para a revisão da ENCE para refrigeradores. A CLASP também realizou nesse ano uma pesquisa de mercado e produziu um relatório (acesse aqui) e um memorando (acesse) sobre as melhores práticas internacionais em políticas de refrigeradores e seus potenciais benefícios para o Brasil.
Em maio, a Rede Kigali lançou a tradução de estudo da CLASP de outubro de 2020 que analisa a etiquetagem de eficiência energética dos refrigeradores do Brasil em relação ao resto do mundo. Chamado Alinhando a política brasileira de eficiência energética de refrigeradores com as melhores práticas internacionais: opções e impactos, o estudo propõe cenários de como essa etiquetagem poderia ser, com impactos para o consumidor e a indústria nacional e o que deveria ser mudado. Acesse aqui o estudo traduzido.
Também em maio de 2021, o Instituto Escolhas lançou o estudo O que você ganha com uma geladeira que consome menos energia? com dados sobre o quanto o consumidor brasileiro poderia economizar nas contas de energia com geladeiras mais eficientes (acesse o Sumário Executivo e o Relatório Técnico). O estudo seguiu a referência internacional recomendada pelo Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (Unep) e serviu de subsídio para a consulta pública do Inmetro para revisão da etiquetagem das geladeiras, realizada em maio de 2021. Em julho de 2021, o Instituto Escolhas também publicou o estudo Como geladeiras e aparelhos de ar condicionado mais eficientes podem ajudar o governo a gastar menos?. A publicação demonstra a economia aos gastos públicos federais e do estado de São Paulo que poderia resultar da compra de aparelhos de ar condicionado e geladeiras adequados aos padrões internacionais de eficiência energética. Acesse o Sumário Executivo e o Relatório Técnico do estudo.
Emenda de Kigali
Emenda de Kigali para jovens
Em maio, o Engajamundo lançou, em um evento on-line, a Kicartilha: da Emenda de Kigali à Eficiência Energética (acesse aqui). A publicação, com estilo e linguagem voltados ao público jovem, tem o objetivo de descomplicar os assuntos relacionados às mudanças climáticas e energia. O foco é na Emenda de Kigali e seus desdobramentos nos assuntos que fazem parte do dia a dia. A cartilha foi desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Mudanças Climáticas do Engajamundo, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e o IEI Brasil.
Em setembro, o GT de Clima do Engajamundo criou uma campanha de pressão pela aprovação da Emenda de Kigali no Brasil. Chamada de #AprovaKigali, a campanha permitia enviar e-mails para pressionar os parlamentares a votarem, o quanto antes, o projeto da Emenda. Naquele momento, a Emenda aguardava a aprovação da Câmara dos Deputados desde outubro de 2019. A ação fazia parte do projeto Engaja na Energia, desenvolvido pelo Engajamundo, com o apoio da Rede Kigali. O evento de lançamento da campanha abordou as principais implicações da aprovação da Emenda para o clima, a economia e a eficiência energética e contou com a presença de membros da Rede kigali entre os palestrantes.
Histórias em quadrinhos
No início de 2021, o IEI Brasil iniciou a publicação de séries de histórias em quadrinhos com temas relacionados à eficiência energética dos condicionadores de ar. Parte do Projeto Kigali, com o apoio do iCS, os quadrinhos traziam a Super Eficiência Energética (Super EE) dando dicas sobre compra, instalação e uso do ar-condicionado para uma família e interagindo com os condicionadores de ar. A partir da segunda metade de 2021, a Super EE ganhou novos traços nas mãos de quatro ilustradoras (na imagem, a versão de Natalia Flores) e novas aventuras, na luta pela eficiência energética de outros aparelhos, como os refrigeradores. A publicação das tirinhas seguiu em 2022. Leia aqui todas as aventuras da Super EE e sua turma.

Uma nova Campanha de Verão foi iniciada pela Rede Kigali em dezembro de 2021. A campanha trouxe informações, nas redes sociais e no site Kigali, destinadas aos consumidores. O objetivo era dar dicas de economia de energia para diversos aparelhos, em um momento de alta nas contas de luz por conta da crise hídrica. A campanha foi realizada pela Avenida Comunicação e durou até fevereiro de 2022. Foi criada uma página da campanha no site da Rede Kigali e foram produzidas postagens e stories para as redes sociais SE LIGA na conta de energia.


2022
Em 29 de abril de 2022, os níveis mínimos de eficiência energética (MEPS, na sigla em inglês) foram novamente revisados pelo CGIEE (acesse aqui a Resolução). A Rede Kigali participou do processo de revisão, fornecendo apoio técnico às instituições governamentais com base em análises e estudos produzidos, por meio do envio de contribuição à consulta pública.
Em outubro de 2022, um artigo foi publicado na revista Industria & Formazione, em edição especial sobre a Emenda de Kigali, sobre a atuação do Projeto Kigali e da Rede Kigali. O artigo Education and Civil Society Engagement in Residential Air Conditioning Sector in Brazil narra a atuação do Projeto e da Rede para a ratificação da Emenda e na conquista de avanços nas políticas públicas e métricas de eficiência energética no Brasil. Acesse aqui o artigo.
Em novembro de 2022, a Rede Kigali enviou contribuição pública para a revisão do Selo Procel e Selo Procel Ouro. A contribuição recomendou a adoção de índices mais rigorosos para cumprir com a função dos selos que é melhor diferenciar os produtos mais eficientes, dentre aqueles à venda já classificados pela etiqueta do Inmetro como os de maior eficiência.
Kigalinha
Emenda de Kigali
O ano de 2022 marcou a aprovação da Emenda de Kigali pelo Congresso no Brasil. A tramitação do texto da Emenda foi concluída na Câmara dos Deputados e no Senado. A atuação da Rede Kigali no advocacy junto a deputados e senadores de diferentes partidos foi fundamental para essa conquista, assim como a atuação de organizações representantes da indústria, que se tornaram importantes aliadas da Rede nesse processo.
A tramitação do projeto com o texto da Emenda havia começado em novembro de 2018 na Câmara dos Deputados como Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1100/2018. Desde junho de 2019, a Emenda aguardava para ser votada na Câmara. De acordo com o histórico de requerimentos protocolados, cinco deputados já haviam entrado com o requerimento pela votação: Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Ted Conti (PSB-ES), Alessandro Molon (PSB-RJ), Nilson Pinto (PSDB/PA) e Bacelar (PV/BA). No dia 19 de maio de 2022, líderes do PV, PT, União Brasil, PSD, PSDB, PDT, PSB, Podemos, PCdoB, PSOL e Novo apresentaram o requerimento (REQ) 815/2022, solicitando regime de urgência para a apreciação do PDC 1100/2018, que aprovava o texto da Emenda. Em 26 de maio de 2022, a Emenda de Kigali foi aprovada na Câmara dos Deputados e seguiu para a votação no Senado.
Após a aprovação na Câmara dos Deputados, o Idec e o IEI Brasil voltaram seus esforços de advocacy para o Senado, com o texto da Emenda no Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 179/2022. O trabalho consistiu principalmente em reuniões com senadores e seus assessores com o objetivo de demonstrar a necessidade de aprovação da Emenda Kigali e como ela traria diversos benefícios para a sociedade brasileira, tanto do ponto de vista de economia, quanto no meio ambiente, na sustentabilidade e para a indústria. No dia 13 de julho de 2022, a relatora do PDL 179/2022 na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP), solicitou a inclusão extrapauta da matéria em Plenário. O texto da Emenda foi votado em plenário nessa data e aprovado. O PDL foi, então, promulgado pelo presidente do Senado por meio do Decreto Legislativo nº 95, de 2022, no dia 05 de agosto. Em 19 de outubro de 2022, o Brasil entrou para a lista da ONU dos países que já ratificaram a Emenda como o número 139.
A Emenda agora aguarda a assinatura do decreto presidencial para ter o efeito de lei no Brasil. As organizações da Rede Kigali seguem acompanhando o andamento da ratificação e o depósito dos documentos na ONU em conversas com o Ministério de Relações Exteriores e com o Itamaraty.
Iniciada na Black Friday, em novembro de 2022, a já tradicional Campanha de Verão da Rede Kigali traz dicas para economizar energia na estação mais quente do ano. Aqui no site da Rede, na página SE LIGA na conta de energia, é possível acessar dicas para economizar no uso de aparelhos como ar-condicionado, ventiladores, refrigeradores e lâmpadas. A campanha também segue nas redes sociais SE LIGA na conta de energia, no Facebook e no Instagram, até o final do verão, em março de 2023.
