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Algumas das perguntas mais frequentes relacionadas à eficiência energética, climatização de ar e outros assuntos relacionados à atuação da Rede Kigali.
Ar-condicionado ou ar condicionado?
Como funciona um ar-condicionado?
Para que essa troca de temperaturas aconteça, o ar é puxado do ambiente por uma ventoinha e forçado a passar junto de um conjunto de tubos lacrados e placas de metal. Esses tubos formam um circuito fechado e dentro dele circula um fluido que – graças às leis da física –, quando é submetido à baixa pressão, fica gelado; e quando é submetido à alta pressão, fica quente.
Por meio da ação de um compressor (que aumenta a pressão) e de uma válvula (que diminui a pressão), cada um deles instalado em um ponto diferente desse circuito de tubos, o fluido circula com alta pressão (quente) em uma parte do circuito e, em outra, circula em baixa pressão (frio). Veja a figura:
Quando o objetivo é refrigerar o ambiente, o ar é forçado a passar junto da parte fria do circuito (que se chama evaporador) e, depois, conduzido por uma ventoinha para dentro do recinto – enquanto o ar que circula pela parte quente (condensador) é empurrado para o exterior da construção.
Nos aparelhos que possuem também a função de aquecimento, é o ar forçado pela parte quente dos tubos que é levado para dentro do recinto. Tanto o compressor – responsável por pressurizar o fluido – quanto os ventiladores são movidos por eletricidade. Por isso, quanto mais eficiente for um aparelho de ar condicionado, menor será o seu consumo de energia.
O que é ar-condicionado inverter?
No tipo convencional, o compressor opera em apenas um regime de rotação e, sendo desligado e religado de modo a manter a temperatura desejada no ambiente. O controle disso é feito por um componente chamado termostato, que mede a temperatura no cômodo e “avisa” ao compressor quando ele deve ligar e desligar. O problema é que, para religar, o compressor necessita de uma grande quantidade de energia, tanta que costuma provocar o chamado “pico de luz” – que, às vezes, faz até a luminosidade das lâmpadas da casa oscilar, já reparou?
No tipo inverter, em vez de desligar e religar o compressor, um sistema eletrônico reduz e aumenta seu regime de funcionamento de acordo com a necessidade. Desse modo, a temperatura no ambiente permanece constante, o nível de ruído é menor e há uma economia de até 40% de energia em relação ao sistema convencional. Além disso, não custa lembrar: menos consumo significa menos emissão de gases do efeito estufa.
Quais são os tipos de ar-condicionado?
A – De Janela – É instalado em uma abertura na parede e é mais indicado para ambientes menores (os modelos de maior capacidade servem para ambientes de até 70 m²). É compacto e todo o seu sistema (condensador e evaporador) está localizado dentro de um só gabinete.
B – Split – Em inglês, a palavra split significa separado, ou dividido. O nome vem do fato de que, nesse tipo de aparelho, seus componentes ficam separados em duas unidades distintas, ligadas uma à outra por cabos e dutos – uma instalada dentro do ambiente que se deseja refrigerar, outra, em uma área externa. No módulo de dentro, fica o evaporador (parte fria do sistema), enquanto o condensador (parte quente) e o compressor ficam no de fora. Uma de suas vantagens em relação às versões de parede está na instalação, que exige menos obras: em vez de uma grande abertura na parede, basta que exista passagem para um duto. Outra é o silêncio, já que o compressor, principal fonte de ruído nesse tipo de equipamento, fica do lado de fora.
Existem vários tipos de ar-condicionado split, indicados para diferentes tipos de instalação e tamanhos de ambientes. A seguir, mostramos os mais comuns aqui no Brasil.
B1 – Split Hi-Wall – É o tipo mais comum de condicionador split e, também, o mais vendido. Sua unidade interna é instalada pendurada na parede do recinto (por isso também é chamado de “split de parede”).
B2 – Mini Split – Versão mais compacta do Split Hi-Wall, indicado para a climatização ambientes menores, como quartos e salas pequenas.
B3 – Window split – É um split comum, mas sua unidade condensadora (externa) pode ser instalada em aberturas já existentes para ar-condicionado de parede, algo bastante útil, por exemplo, em condomínios que já tenham essas aberturas padronizadas na fachada ou não permitam a instalação de splits comuns. Normalmente, é indicado para ambientes pequenos.
B4 – Multi Split – É semelhante aos modelos hi-wall comuns, mas possibilita a instalação de duas ou mais unidades evaporadoras internas para cada unidade condensadora externa. Desse modo, com um só equipamento é possível refrigerar simultaneamente mais de um ambiente.
B5 – VRF – Traduzida, a sigla em inglês significa “fluxo variável de fluído refrigerante”. Ela se refere a um tipo de equipamento multi split (veja no item anterior), em que o volume de fluido refrigerante que é enviado a cada uma das unidades evaporadoras (internas) é ajustado eletronicamente, de acordo com a regulagem nos diferentes ambientes, por meio da tecnologia inverter. É especialmente indicado para imóveis com grande quantidade de ambientes, como edifícios comerciais, hospitais e indústrias.
B6– Split Cassete – Nesta versão, a unidade evaporadora (que fica dentro do ambiente) pode ser instalada no teto ou no forro. Há versões com capacidade de até 60.000 BTU (para ambientes de até cerca de 100 m²).
B7 – Split piso-teto – Como o nome indica, a unidade interna pode ser instalada tanto no teto quanto junto ao piso. Indicado para grandes ambientes.
B8 – Split Canto teto – Se difere do split comum por sua unidade interna ser projetada para ser instalada no canto do teto do ambiente. A maioria dos modelos se destina a ambientes pequenos.
C – Portátil – Tal como o modelo de janela, todo o seu sistema (compressor, condensador e evaporador) está localizado dentro de um só gabinete, o que faz que seja mais barulhento que os split. Ele pode ser transportado para diferentes cômodos ou mesmo endereços (costuma vir com rodinhas na base), bastando que os locais em que funcionará tenham uma pequena abertura para o exterior para conectar um tubo para a saída do ar quente. Na maior parte dos modelos, há um reservatório para a água produzida pelo condensador e que precisa ser esvaziado depois de certo número de horas. É indicado para quem deseja ter apenas um equipamento que possa ser utilizado em vários cômodos/locais (em momentos diferentes, claro) e, também, é uma boa solução para imóveis tombados pelo patrimônio ou outros nos quais não se possa instalar aparelhos de outro tipo.
D – Central / Duto – Normalmente é usado em edifícios, grandes instalações (como shoppings, por exemplo) e outros locais em que há necessidade de grande capacidade de climatização para vários ambientes de grandes dimensões simultaneamente. Neste caso, uma ou mais unidade de climatização ficam são instaladas em áreas externas, interligadas com os ambientes internos por dutos, por onde o ar resfriado (ou aquecido) é empurrado por ventiladores de alta pressão. Diferentemente dos modelos split, os aparelhos deste tipo costumam ter as unidades de condensação e evaporação em um mesmo gabinete.
O que é BTU?
Por que é preciso se preocupar com o consumo energético do ar-condicionado?
O problema é que esse consumo crescente tem puxado para cima os chamados picos de demanda de energia – que são os momentos do dia em que há um uso mais intenso de equipamentos elétricos, “puxando” mais corrente da rede. A maior parte da geração de energia no Brasil (cerca de 70%) vem de fontes renováveis, mas para atender a essa demanda mais alta, muitas vezes é necessário acionar usinas termelétricas, com as quais essa geração é mais cara – por isso, durante esses horários de pico, as tarifas cobradas pelas concessionárias são mais altas do que no restante do dia. E quanto mais alto o pico, maior o seu peso na conta de luz. Além disso, as usinas termelétricas são poluentes – utilizam derivados de petróleo como combustível e liberam gases causadores do efeito estufa na atmosfera, responsáveis diretos pelas mudanças climáticas.
E não só. Equipamentos mais eficientes também demandam menos fluidos refrigerantes e, aqui no Brasil, os mais usados são os hidrofluorcarbonetos (HFCs), gases que têm um altíssimo potencial de efeito estufa (GWP). Por isso, o aumento da eficiência energética também reduz as emissões diretas desses gases.
Comprar um equipamento de ar condicionado mais eficiente, portanto, além de diminuir o consumo de energia – e o valor de sua conta de luz – ajuda a preservar nosso planeta.
O que é a Emenda de Kigali?
Veja o documento original da Emenda de Kigali, em seis idiomas.
O que é CEE?
O que são níveis mínimos de eficiência energética?
O que é etiquetagem?
O que é o Selo Procel?
Qual é o nível de eficiência energética média dos aparelhos de ar condicionado vendidos no Brasil?
No caso dos aparelhos do tipo Janela, o índice mínimo para um equipamento com capacidade de até 9.000 BTU é de 2,68.
Infelizmente, os níveis mínimos de eficiência energética adotados hoje no Brasil são consideravelmente inferiores aos praticados, na China, no Japão e na União Europeia, por exemplo. Um levantamento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que enquanto esses giram em torno de 2,6 W/W no Brasil, na maioria dos países – incluindo nações como a Índia e o México – superam 3 W/W. (Fonte SindusCon-SP)
Quais são os fatores que influenciam a eficiência energética de um equipamento?
Além disso, o tipo de equipamento – se é um split (mais eficiente) ou de parede (menos eficiente), por exemplo – tem influência em seu desempenho energético.
Outros fatores importantes:
– O clima – quanto mais quente, maior a necessidade de refrigeração e menor a eficiência.
– A posição da construção em relação ao sol – cômodos expostos diretamente ao sol da tarde demandam mais capacidade de refrigeração.
– O tipo de construção – aspectos como o material, o posicionamento e as dimensões do edifício e mesmo o tipo de vizinhança (se há ventilação ou outras grandes edificações, por exemplo.).
– A instalação – da escolha do equipamento mais apropriado para cada ambiente ao local e às condições de instalação (distância entre as unidades interna e externa, no caso de modelos split, por exemplo).
– Manutenção adequada – a limpeza de filtros e dutos e o perfeito funcionamento de compressores e ventiladores.
O que é EER?
O que é COP?
O que é SEER?
O que é GWP?
Qual o papel do cidadão para que a eficiência energética do ar-condicionado aumente?
Qual o papel do Estado para o avanço da eficiência energética no segmento de ar condicionado?
Hoje, quem responde por isso pelo Poder Executivo é o Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência Energética – CGIEE, do Ministério de Minas e Energia (MME). Para estabelecer os níveis mínimos de eficiência para os produtos autorizados para venda no Brasil, o CGIEE possui comitês técnicos, que contam com a participação de representantes da sociedade civil (indústria, universidades e consumidores).
Qual o papel da indústria para o avanço da eficiência energética no ar condicionado?
Investir no desenvolvimento, produção e promoção de aparelhos de ar condicionado mais eficientes, além de somar vantagens competitivas, a indústria demonstra que está de fato comprometida com a sustentabilidade energética e que possui visão de longo prazo, tanto em termos de mercado, quanto de responsabilidade socioambiental.
Onde OBTER mais informações
Secretariado da ONU para o Ozônio
A importância da eficiência energética para a economia dos países e para o meio ambiente:
https://www.iea.org/publications/freepublications/publication/Energy_Efficiency_2017.pdf
A importância do avanço da eficiência energética no setor de ar-condicionado e seu papel no consumo de energia e no aquecimento global:
http://www.iea.org/publications/freepublications/publication/The_Future_of_Cooling.pdf
https://united4efficiency.org/wp-content/uploads/2017/06/U4E-ACGuide-201705-Final.pdf
http://www.pnas.org/content/pnas/112/19/5962.full.pdf
https://ies.lbl.gov/publications/benefits-leapfrogging-superefficiency
Os meios de promoção da eficiência energética:
Os níveis mínimos de eficiência energética e etiquetagem
https://www.iea.org/publications/freepublications/publication/4E_S_L_Report_180915.pdf
A manutenção e operação corretas dos sistemas de ar condicionado:
Os estudos de impacto regulatório e seu uso ferramentas de subsídio para a avaliação de políticas de eficiência energética– estudos de caso
https://ies.lbl.gov/publications/baseline-evaluation-and-policy
https://ies.lbl.gov/publications/assessing-cost-effective-energy
A importância de integrar eficiência energética com a transição para fluidos refrigerantes de menor GWP:
http://k-cep.org/wp-content/uploads/2018/02/Fact-Sheet-36-Maximising-Climate-Benefits-from-RSS.pdf
https://ies.lbl.gov/publications/benefits-leapfrogging-superefficiency
http://www.unep.fr/ozonaction/information/mmcfiles/7888-e-Kigali_FS13_Benefits_Rapid_Action.pdf
Alternativas de fluidos refrigerantes de baixo GWP:
https://www.nature.com/articles/ncomms14476
Alternativas para o financiamento da eficiência energética no setor de ar-condicionado:
O K-CEP e os projetos que apoia
Outros programas: